o ressentimento e a mágoa

8.5.15

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Quando uma pessoa está ressentida, isso significa que se sente indignada, magoada ou ofendida. Ofendemo-nos com a ganância das outras pessoas, com a sua desonestidade, com a sua falta de integridade, com o que estão a fazer, com o que fizeram no passado, com o que disseram, com o que não conseguiram fazer, com o que deviam ou não deviam ter feito. O ego adora tudo isto. Em vez de perdoarmos a inconsciência dos outros, transformamo-la na sua identidade. Quem é que age desta maneira? A nossa inconsciência, o ego. Por vezes, a «falta» que detectamos noutra pessoa nem sequer existe. É um erro crasso de interpretação, uma projecção de uma mente condicionada para ver inimigos e para ter razão ou sentir-se superior. Outras vezes, a falta pode existir; porém, ao concentrarmos nela toda a nossa atenção, excluindo por vezes tudo o resto, amplificamo-la.


(...)

Uma mágoa é uma emoção fortemente negativa, relacionada com um acontecimento que decorreu num passado por vezes distante, e que se mantém viva através do pensamento compulsivo, recontando a história em pensamento ou em voz alta de que «o que aquela pessoa me fez» ou «o que aquela pessoa nos fez». Uma mágoa contagia igualmente outras áreas da nossa vida. Por exemplo, enquanto estamos a pensar e a sentir a nossa mágoa, a sua energia emocional negativa pode distorcer a nossa percepção de um acontecimento que está a ocorrer no presente, ou influenciar o modo como falamos ou nos comportamos em relação a alguém no presente. Uma forte mágoa é o suficiente para contaminar uma grande parte da nossa vida e para nos mantermos dominados pelo ego.



Um Novo Mundo, Eckhart Tolle

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