No fundo, os seres humanos não passam de veículos, ou locais de passagem para os genes.

20.8.12

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De geração em geração, correm dentro de nós até nos esgotarem, como cavalos de corrida. Os genes não pensam no bem e no mal. Não querem saber se somos felizes ou infelizes. Para eles, não passamos de um meio para atingir um fim. Só pensam no que é mais eficaz do seu ponto de vista.

(...)

Se, como a senhora dissera, não passamos de veículos dos genes, por que razão tantos de nós têm vidas tão extravagantes? O nosso propósito genético - a transmissão do ADN - não se cumpriria igualmente bem se vivêssemos vidas simples, sem esgotarmos a cabeça em turbilhões de estranhos pensamentos, dedicando-nos unicamente à preservação da vida e à sua transmissão? Haveria algum benefício para os genes no facto de vivermos vidas tão retorcidas, para não dizer bizarras?

from 1Q84 by Huraki Murakami

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